domingo, 13 de setembro de 2009
Memorável Guerra Civil Espanhola
Em vários aspectos, a Espanha remove seu passado à procura de pacificar feridas extensas abertas no tempo. Julho de 2006 marcou uma data importante: 70 anos do início da Guerra Civil que matou centenas de milhares de espanhóis, outros tantos exilados, outros tantos encarcerados e outros tantos vivendo uma ditadura.A Espanha, em 1936, vivia um momento de esplendor democrático, de produção cultural e de esperança social. Entretanto, de quase todos os lados estava rodeada de regimes autoritários, Hitler, na Alemanha, Mussolini, na Itália, e Salazar, em Portugal. Apoiado pela igreja e pelas forças conservadoras das classes dominantes, os militares rompem a ordem democrática e, a partir da Espanha-africana, de Marrocos, organiza-se para entrar na República.Pouco tempo depois, sob o comando de um militar outorgado como generalíssimo, Franco, o exército em grande parte formado ainda por marroquinos, entra na Espanha de forma avassaladora e cruel. Com exército regular, força aérea e marinha, efetivados pela logística e bélica alemã e italiana, a guerra é instalada e o mundo fica calado frente aos bombardeios contra civis. Do lado republicano, as milícias eram formadas de forma diversa, de origem partidária, de origem sindical, ou seja, não havia um comando único e uma força militar organizada para uma guerra tradicional, e quando se formou um exército popular, era muito tarde.
Paulo Duarte
Paulo Duarte participou da Revolução Constitucionalista de 1932 e foi professor de pré-história na Universidade de São Paulo, da qual foi um dos fundadores, sendo ainda um grande iniciador da arqueologia e da proteção do patrimônio no Brasil.
Cassado pela ditadura em 1969, deixou grande documentação pessoal como doação para a Universidade Estadual de Campinas, onde se encontra hoje, custodiada no IEL. A publicação do documento Pela Dignidade Universitária, no primeiro volume da revista Idéias do IFCH, em 1994, por Pedro Paulo Funari, foi um marco na recuperação da memória científica da USP e do Brasil, tendo sido tombado o documento pelo arquivo da FFLCH/USP.
Foi editor do jornal O Estado de São Paulo. Escreveu diversas obras, entre as quais Sob as Arcadas, Agora nós, Versos de Trilussa, Prisão, Exílio, Luta, Palmares pelo avesso, Mário de Andrade por ele mesmo, Amadeu Amaral e Júlio de Mesquita.
Flavio Resende de Carvalho
Flávio Resende de Carvalho nasceu no dia 10 de agosto de 1899 na cidade de Amparo da Barra Mansa, Rio de Janeiro, filho de Raul e Ofélia de Carvalho. Mudou-se para São Paulo com a família em 1900, começou seus estudos na Escola americana, na rua Itambé em 1908 e logo em 1911 vai para Paris como aluno interno do Lycée Janson de Sailly.Em 1914 vai para Inglaterra, mas com o começo da 1ª Grande Guerra, ficou proibido de sair do país, pois não tinha passaporte. Freqüenta aulas de pintura da King Edward the Seventh School of Fine Arts, em Newcastle, Inglaterra, em 1918, e o curso de engenharia civil na Universidade de Durham, na qual se forma em 1922. A partir de 1924 trabalhou três anos no escritório que construiria o Banco de Comercio e Industria, o Mercado Municipal, o Palácio da Justiça, entre outros.E em 1926 abre seu próprio escritório, junto ao instituto de engenharia. Em 1931, realiza o polêmico evento Experiência Nº 2, em São Paulo, em que ele caminha, com boné na cabeça, em sentido contrário ao de uma procissão católica para estudar a reação popular, e publica livro com o mesmo nome; participa do XXXVII Salão Nacional de Belas Artes, o chamado Salão Modernista. Em 1932, participa do Movimento Constitucionalista como capitão engenheiro. Entre 1932 e 1934, abre um ateliê, onde funda o Clube dos Artistas Modernos, CAM, com Antonio Gomide (1895-1967), Di Cavalcanti (1897-1976) e Carlos Prado (1908-1992). No ano de 1934 participa do I Salão Paulista de Belas Artes, com5 telas, três aquarelas, cinco desenhos e uma obra de arte aplicada, no mesmo ano fez sua 1ª exposição individual, a mostra foi fechada pela polícia e reaberta por ordem judicial, 15 dias depois.No ano de 1937 participa do I Salão de Maio com três óleos, duas aquarelas e dois desenhos, nos próximos dois anos também participou do Salão de Maio.A partir de 1939 participou Do 5º, 6º e 7º Salão do Sindicato dos Artistas Plásticos, na Galeria Prestes Maia.Em 1947, realiza os desenhos da série Minha Mãe Morrendo, na qual registra a agonia da própria mãe. Na década de 50, realiza a Expedição Civelli, na Ilha do Bananal, em Goiás; os cenários e figurinos para o bailado A Cangaceira, do Ballet do 4º Centenário e o cenário para o Bailado com Música, de Prokofiev. A partir de 1955 passa a escrever a coluna Casa, Homem e Paisagem no Diário de São Paulo. Em 1956, realiza em São Paulo o evento Experiência Nº 3, que consiste numa passeata no Viaduto do Chá, em que o artista veste saiote e blusa de mangas curtas e folgadas, conjunto denominado Traje Tropical. Em 1968, realiza o Monumento a García Lorca, destruído por um grupo armado em 1969. O monumento foi reerguido e encontra-se na Praça das Guianas, em São Paulo.No ano de 1971 recebe sala especial na XI Bienal e participa do Panorama da Arte Brasileira, no MAM.No ano seguinte participa da II Mostra Internacional de Gravura, no MAM-São Paulo.O artista Flávio de Carvalho veio a falecer em 4 de junho de 1973 e O Bailado do Deus Morto, programado para o dia 23 de junho, não chega a estrear.
Cacilda Becker
Filha do imigrante italiano Edmondo Iaconis, Cacilda tinha apenas nove anos quando seus pais romperam o casamento e sua mãe viu-se obrigada a criar três filhas sozinha, uma delas a também atriz Cleyde Yáconis. Por este motivo, fixaram-se na cidade de Santos, onde Cacilda ainda jovem freqüentou os círculos boêmios e mais vanguardistas, já que por ser filha de pais pobres e separados não podia estabelecer amizade com pessoas da alta sociedade.
Cacilda começou no teatro paulista como atriz amadora e se profissionalizou em 1948. Neste ano, Nydia Lícia recusou um papel na peça "Mulher do Próximo", de Abílio Pereira de Almeida, produzida pelo Teatro Brasileiro de Comédia- TBC, para não ter que beijar nem dizer "amante" em cena, pois isto podia lhe custar o emprego numa importante loja. Cacilda, que a substituiu, exigiu ser contratada como profissional, acabando com o velho preconceito de que artista sério deveria ser diletante
Em 30 anos de carreira, Cacilda encenou 68 peças, no Rio de Janeiro e em São Paulo; fez dois filmes (Luz dos Meus Olhos em 1947 e Floradas na Serra, em 1954) e uma telenovela (Ciúmes, em 1966), na TV Tupi além de outras participações em teleteatros na televisão, foi Cacilda quem inaugurou o Teatro Municipal de São Carlos com a peça Esperando Godot no começo de 1969.
Cacilda provocava paixões avassaladoras e teve três maridos. Durante a apresentação do espetáculo Esperando Godot, que encenava com o marido Walmor Chagas, na capital paulista, em 6 de maio de 1969, Cacilda sofreu um derrame cerebral e foi levada para o hospital, ainda com as roupas de seu personagem. Morreu após 38 dias de coma e foi enterrada no Cemitério do Araçá, com a presença de uma multidão de admiradores.
Lygia Fagundes Telles
Em 1982 foi eleita para a cadeira 28 da Academia Paulista de Letras e, em 1985, por 32 votos a 7, foi eleita, em 24 de outubro, para ocupar a cadeira 16 da Academia Brasileira de Letras, na vaga deixada por Pedro Calmon, tomando posse em 12 de Maio de 1987. Em 1995, Emiliano Ribeiro apresentou o filme As Meninas, baseado no romance da escritora. Em 2001 voltou a receber o Prémio Jabuti, na categoria de ficção, pelo seu livro Invenção e Memória. Em março de 2001 recebeu o título de Doutora Honoris Causa pela Universidade de Brasília. A 13 de Maio de 2005 recebe o Prémio Camões, distinguida pelo júri composto por Antônio Carlos Sussekind (Brasil), Ivan Junqueira (Brasil), Agustina Bessa-Luís (Portugal), Vasco Graça Moura (Portugal), Germano de Almeida (Cabo Verde) e José Eduardo Agualusa (Angola).
Federico García de Lorca
Nascido numa pequena localidade da Andaluzia, García Lorca ingressou na faculdade de Direito de Granada em 1914, e cinco anos depois transfere-se para Madri, onde ficou amigo de artistas como Luis Buñuel e Salvador Dali e publicou seus primeiros poemas.
Grande parte dos seus primeiros trabalhos se baseiam em temas relativos à Andaluzia (Impressões e Paisagens, 1918), à música e ao folclore regionais (Poemas do Canto Fundo, 1921-1922) e aos ciganos (Romancero Gitano, 1928)
Concluído o curso, foi para os Estados Unidos da América e para Cuba, período de seus poemas surrealistas, manifestando seu desprezo pelo modus vivendi estadunidense. Expressou seu horror com a brutalidade da civilização mecanizada nas chocantes imagens de Poeta em Nova Iorque, publicado em 1940.
Voltando à Espanha, criou um grupo de teatro chamado La Barraca. Não ocultava suas idéias socialistas e, com fortes tendências homossexuais, foi certamente um dos alvos mais visados pelo conservadorismo espanhol que, sob forte influência católica, ensaiava a tomada do poder, dando início a uma das mais sangrentas guerras fratricidas do século XX.
Intimidado, Lorca retornou para Granada, na Andaluzia, na esperança de encontrar um refúgio. Ali, porém, teve sua prisão determinada por um deputado católico, sob o argumento (que tornou-se célebre) de que ele seria "mais perigoso com a caneta do que outros com o revólver".
Assim, num dia de agosto de 1936, sem julgamento, o grande poeta foi executado com um tiro na nuca pelos nacionalistas, e seu corpo foi jogado num ponto da Serra Nevada. Segundo algumas versões, ele teria sido fuzilado de costas, em alusão a sua homossexualidade. A caneta se calava, mas a Poesia nascia para a eternidade - e o crime teve repercussão em todo o mundo, despertando por todas as partes um sentimento de que o que ocorria na Espanha dizia respeito a todo o planeta... foi um prenúncio da Segunda Guerra Mundial(...)
sábado, 12 de setembro de 2009
Trecho do Livro
Verão no Aquário
“ - Por que dormi aqui? perguntou Marfa.
Abri os olhos. O passado desapareceu com a rapidez dos vermezinhos que espiavam e se recolhiam nos furos dos livros do sótão. Encolhi as pernas e apoiei o queixo nos joelhos. “Raíza, Raíza!” ele chamara. E embora sua face fosse uma rosa, senti o hálito de hortelã.
- Você bebeu demais, não podia voltar daquele jeito para o pensionato.
Ela sorriu. Espreguiçou-se.
- Não podia por quê? As freirinhas me adoram, compreende? É aquela velha história, atração do abismo... Tem uma que é masoquista, quando chego ela vem depressa ao meu quarto e fica me devorando com os olhos, sentindo em mim cheiro de homem. E me faz cada pergunta... Um dia quase desmaiou quando viu uma mancha roxa no meu pescoço.
- Não sei como você ainda não foi expulsa.
- Nunca, meu bem. Sou para elas uma espécie de penitência, compreende? As outras pensionistas são sonsas, quando passam a noite fora, entram de madrugada com chave falsa e chegam ainda em tempo de assistir à primeira missa. Eu não faço mistério. Pois é esta ovelha a mais amada. A vida inteira lidei com freiras, tenho um jeito todo especial para levá-las direitinho... Quando a Madre Luzia perde a paciência, caio em tamanha depressão que ela chega a recear que eu enlouqueça como meu pai. E me perdoa. É da maior conveniência ter, às vezes, um pai louco.
- Sonhei com meu pai.
Ela virou-se de bruços na cama. A cabeleira negra espalhou-se no travesseiro.
- Pois eu não tenho morto nenhum para sonhar. Nem me lembro das feições da minha mãe, sei que tinha cabelos também pretos e que era meio estrábica, como eu, só isso que sei. E se amanhã meu pai morrer, pensarei nele apenas como num homem que me dava medo quando eu era criança mas que agora não me provoca mais nada. Nada. Que me importam os mortos? Eu também vou morrer, compreende? E quero saber agora se alguém vai se lembrar de me pôr no sonho.
Acendi um cigarro. Minha mãe me velaria com uma expressão magoada. Mas distante. Não, não precisaria nem de chazinhos nem de amigas, as amigas que por sinal nunca teve. André chegaria em silêncio e ficaria ao lado dela, vigilante. Então ela descansaria no regaço as belas mãos serenas e ficaria me olhando. Apenas olhando. Meu perfil - vago como um fio de linha desenrolado no ar - meu perfil não conseguiria comovê-la. Nem minhas mãos falsamente compungidas. Nem meu corpo apaziguado. Ela me olharia como olhou para meu pai morto. E de tudo o que fui e de tudo que fiz conservaria apenas a lembrança do reflexo da chama da vela em meus cabelos. De tudo, ficaria apenas aquele efeito de luz no meu cabelo. E que um dia ela poderia aproveitar numa das suas personagens que morreu jovem.
- Ele veio me acordar, mas não falamos. Como os mortos são solitários! Meu Deus, como são solitários!
Marfa levantou-se e deu alguns passos arrastados em direção à porta. Vestia apenas o paletó do meu pijama. As pernas muito brancas vacilaram. Fez então meia-volta e desabou novamente na cama.
- Tenho nojo dos mortos, compreende? Por mais que se ame um morto, é preciso prender a respiração para beijá-lo. “
Guernica;
Cartaz da Guerra Civil Espanhola;
sexta-feira, 11 de setembro de 2009
As best six;
Somos seis garotas de cabeças diferentes, de mundos um pouco diferentes, objetivos bem diferentes, mas que se uniram pra mostrar pro mundo que todas juntas nos completamos, que somos felizes, e que sentimos sim falta umas das outras, estamos juntas pra rir, pra bagunçar, pra fazer lição, pra aconselhar, e logico pra discordar as vezes.. Tem a tal da JESSICA M. que é a mais extressada.. a tal da CRIISS que é meigas, talvez fresca, mas meiga é mais bunitinho.. a tal da GAAU que é escandalosa, porem super ingenua.. a tal da LISS que é bagunceira e um pouquinho cara de pau.. a tal da JHOOY que é mais quietinha, mas não santa.. a tal da JESSICA ai essa da trabalho e polemica, ela sabe da vida de todos e todos sabem quem é ela..
Eu acho que Deus nos uniu pra nós podermos ser mais felizes, e deixar as pessoas mais irritadas, porque da pra contar no dedo quem gosta da gente.. Mas nem ligamos pra isso, pois somos felizes e amigas e isso é o que importaa.!